Sociedade do absurdo, sabe individualmente o que quer para si, mas contesta o que lhe serve de forma coletiva. Sociedade do absurdo, onde a diferença é celebrada, e quem possuí mais é chamado de vencedor, invejado pelo seu status. Espera-se o sucesso não importa a custa de quem e de que forma. 


Absurdo é o que constatamos como normal, apesar de ser obviamente um ultraje a dignidade humana. Absurdo é tentar defender o indefensável, pois assim é mais fácil não pensar na passividade que toma o coletivo. Se pensar na consciência, ela deve pesar toneladas. Mais que toneladas, deve pesar mais que qualquer força da gravidade. 


Deve ser mais forte que a força que um buraco negro suga a luz. A consciência deve pesar o peso do mundo, mas ninguém se importa com ela. A consciência quase se colapsa dentro de si criando sua própria supernova, mas o absurdo que toma conta de todos é maior que o brilho dessa supernova. Não há clarão que persista perante ao absurdo.


 O absurdo parece um monstro que se cria e devora tudo ao se alcance e nada resiste a sua voracidade. A sociedade do absurdo vive para alimentar esse monstro. Vive para deixar sua consciência que pesa mais que todas as luas e estrelas, se afundar em seu próprio peso. 


A sociedade do absurdo não reflete, pois sua imagem remete ao vampiro de Bram Stoker, mas sem Van Helsing ou qualquer outro herói para empala-lo no coração. Suga toda a vida que o contorna, e seu absurdo é viver em meio ao caos, se admirar com tamanha destruição moral e ainda relutar em agir. 


 A sociedade do absurdo está viva, e ri de si mesma. Ri, engolindo o próprio choro, pois sua consciência que jaz em uma lápide em seu encéfalo, ainda pesa, mesmo que morta, toneladas e mais toneladas que incomodam seu jeito simples e maniqueísta de ver o mundo. A sociedade do absurdo não entende. Não entende a si mesmo. Não entende o caos em que vive. Não entende nada.

 

 

 

Vivemos na concepção do bem e das posses. Possuir para ser feliz, ter em primeiro lugar. Consumir para viver, viver para consumir. Nossa cultura nos diz que devemos fazer desde crianças gritando pelas TV e passado de pai para filho.

 Nesse ínterim há aspectos sociais que são esquecidos ou simplesmente jogados para debaixo do tapete. Tratado como um assunto de pouca importância tem-se de fato o “marginal”, criado pela força maior do pensamento social. Viver a margem de toda a pureza e simplicidade que se espera em possuir e ter, trabalhar e saciar suas vontades consumindo tudo que se vende.

 No estereótipo do vencedor, a maioria não chega a esse sucesso alarmado, e que nunca é alcançado.Por fora dessa linha reta, existem os desajustados, que vivem a margem dessa história, formando verdadeiros párias que ora, vivem por migalhas perambulando pelas ruas, e sendo obviamente ignorados (talvez, por representar a imagem da falha sistemática de que vivemos), demonstrando nossa frieza perante o absurdo, ou se tornando párias ativos, contra a força sistemática de ordem que prevalece. 

Ao procurar a violência, esses agentes do caos, que vivem da falha sistemática, querem o que o mítico reflexo do sucesso possui… Carros, roupas, bens de valores, e com isso, manter um ilusório “status quo” perante seus próximos. Ao procurar a violência, falham em seu imediatismo e hedonismo exacerbado. Cometem crimes, que ferem a constituição e a ordem em nome de seu sucesso imediato e suas vontades. 

O perigo vem armado! Mas existem diferenças entre esses agressores. O que fundamenta um ser a usar uma arma que vendida no mercado negro gira em torno de 3 mil reais ( sem contar as balas!),  e a procurar agir contra o sistema, sem medo de ser preso ou ser morto em um possível revide? Existem aqueles que estão entorpecidos pelas drogas e não enxergam os erros claros de suas ações, e seus atos estão a muito condenados pelos efeitos nocivos da droga no cérebro.  

Também aqueles conhecidos como “Embalo”, que vão por conta de suas amizades, e acaba se tornando vitima de suas próprias ações errôneas. Não se devem esquecer aqueles que possuem dívida ativa com o crime, com alguma facção e tem que pagar sua “mensalidade” a todo custo, forçando a roubar e cometer homicídio para sanar sua dívida. 

Mas o que faz uma pessoa a procurar a “vida fácil”, alugar ou roubar uma arma, para tentar um latrocínio? Se alugar, com certeza o dono irá à busca de retorno do investimento. Se roubar, terá que raspar a identificação e o que motiva a tentar um assalto contra uma pessoa. O que motiva tais atos? Raiva? Drogas? Ódio a ostentação? 

Há quem acha que deva “vencer na vida”, como se fosse um eterno campeonato. Que ter posses é vencer, como se tornasse em alguém melhor possuindo bens… Não é melhor, nem pior: Só pobre de espírito. E se o objetivo é “vencer a todo custo”, então, imagine que a partir dessa premissa, esteja eternamente fadado a perder. Mesmo aqueles que gostam de esfregar na cara de outrem sua ascensão social, não são motivo de latrocínio.

O que faz um ser humano a ir tão fundo em seu submundo e se perder em troca de tão pouco?


Antes do clarão só havia as trevas. Quando nasci nada existia para mim, então devo presumir que sou Deus e o Diabo encarnado na pele de homem. Quando cheguei a esse mundo, fui inundado com todas as normas e crenças, regimes e formas, certo e o errado.


Não havia espaço para a forma livre. Era preciso duvidar do que estava predefinido, e flertar com o que haviam julgado como errado.

Antes de mim, eu não existia. Então pressupõe-se que sou meu próprio Big-Bang. Sou o precursor e a sustentação de toda a mitologia que existe. Sou o Alfa e o Omega perdido pelo meio. Sou mais um refém do destino em um jogo de cartas marcadas. 


Sou tão quanto imagino ser. Sou o novo universo que nasceu, a estrela que brilhou a anos luz, o sol que ilumina minha face de dia. Sou aquele que duvida de si mesmo. Que não teme a morte, mas sim a vida. Sou uma terra nova, uma realidade diferente, um universo paralelo a todos os outros existentes no infinito. 


Sou a ausência do ser. Há esse fardo a carregar, como um Atlas falido e cansado. Essa falsa sensação de leveza na verdade é uma insuportável leveza do ser.

Antes de saber quem eu era, ainda sim já era alguém que por sua vez se esqueceu de quem é. Não havia história. Não havia a consciência. Existo porque existo. Existo, porém não vivo; sobrevivo.


Antes do clarão, só havia a escuridão e o silêncio monstruoso que se alastrava e dominava tudo. Tudo que na verdade era nada. Antes de perceber que aqui estou, nada estava e nada nunca esteve. Até o momento terreno, em que fecharei os olhos pela última vez, quando ainda nenhuma pergunta será respondida e quando toda a saciedade de conhecimento será esquecida, junto com as dores acumuladas pelo percurso da vida, voltarei a ser nada.


As trevas que eclodem junto ao silêncio, a ausência aterradora. O vácuo que tanto assusta. O vazio que tantos fogem. Serei meu fim, uma gravura no epitáfio, minha morte, meu Deus e demônio. Serei apenas um homem morto.

 

Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo.

Jean-Paul Sartre

 

 

 

Quero a vida como no comercial de manteiga, onde todos sentam a mesa felizes e sorridentes. Não devemos apenas sobreviver, subjugando um dia após o outro, tragando a indiferença com as colheres de feijão. Deve-se viver, como o ideal noticiado. Como naquele belo trecho dos livros de autoajuda. Deve-se viver, mais do apenas existir. 

 

De todas as cenas lindas das casas de família, onde sentam a mesa essas pessoas com caras felizes cheias de tudo, sem falar nada. Engasgadas com tudo que não podem até um dia precisar fazer uma traqueostomia para tirar tudo que havia engasgado. Não existe revolução sentado ao sofá. Não existe uma evolução tranquila com arco-íris e roda de ciranda. 

 

É preciso sangrar e chorar no caminho. É preciso carregar as pedras que te jogam, para depois descobrir se fará muros com tais pedras ou usará dinamite! Perambulamos no meio de uma multidão, que é um coletivo solitário. Ansiosos para consumir o que é proposto; lhe dão uma marca para comprar, e será comprado, pois o nome prece qualidade ou status quo. 

 

Estamos perdidos sem saber. E isso é apenas um esboço do que realmente deveria ser a vida, um rascunho malfeito que nos foi dado como bênção para ser executado no cotidiano. Coma seu pão, tome seu café, e tenha um bom dia. Não pense na vida, pense somente nos problemas imediatos que devem ser cobrados.

 

Como se fosse engrenado por mentes diabólicas como só um ser humano pode ser, tudo se entrelaça de uma forma que só podemos pensar nos nossos problemas imediatos, e assim progredimos com nosso individualismo que esconde o ego enorme que carregamos, e acima de tudo, somente para contrair essa ego, que vive em uma contradição, pois nunca será realmente livre e a vida que almeja é apenas um modo de sobreviver. 

A vida como deve ser vivida, só existe nos livros e filmes utópicos.

De onde vem à inspiração para levantar e engolir o açoite do relógio? Os olhos desconfiados, a forma de sentir e viver somando todos os velhos conceitos e trocar todo seu tempo pelos prazeres que parecem durar a eternidade de alguns minutos. De onde vem toda a forma de enganação que admitimos acreditar como sendo incontestável e necessário para o dia seguinte? 

 

O compasso é rápido, e a impressão de ser realmente necessário correr mais rápido que o vento e ser servil como mais um cão da matilha está implícita.

Correr para não perder tempo, comer perto para não se atrasar com o percurso, olhar preocupado com o tempo perdido que não foi contabilizado.

O tempo escoe mais rápido do que se muda de opinião. A necessidade de se trocar a vida pelos vícios vendidos é o que motiva as ideologias modernas, de todos aqueles tementes do poderoso ser onisciente e que não são assombrados com a falta de percepção da real necessidade da respiração e aspiração.

Ser para ter, entre o tempo gravado no cartão perfurado, do olhar vigilante da chefia que aceita ordens de um bom fidalgo em seu iate.

Ter para sentir, algo que parece um pouco com esperança, algo que parece um tanto com alegria, algo que deve ser confundido com satisfação. O sorriso na cara é só para enganar a tristeza, porque a verdadeira graça ainda não foi encontrada.

 

 

Muitos já falaram o que vou apenas reafirmar. Essa desigualdade existe a milênios e perdura sob controles emocionais e intelectuais que interagem modificando os níveis tróficos sociais.

A cadeia alimentar antropofágica humana se mantém em três níveis principais:


(1-) Aqueles que se fodem quase nada; São cerca de 1% da população global ou menos, nascem com o cu virado para a lua; são mais decompositores do que predadores. É a elite da elite, e fazem  com que o universo gire em torno de sua órbita. A mídia e a organização política (esquerda, direita, centro e meia-lua pra baixo) servem-a, tendo inclusive membros participantes dessa “polis”. Tudo é construído para que seja feita vossa vontade. Comerciais em revistas e em TV, são direcionando os seus lucros, que são maximizados por leis que farão seus sorrisos se esticarem. São naturalmente sangues-azuis, seletivos na ascensão de novos membros e perpetuamente conservadores.


(2-) Aqueles que se fodem marromenos. A classe média é média. Intelectualidade mediana, status Quo mediano e pretensões megalomaníacas. Os sonhos são sustentados de que um dia será a “Elite da elite”, e esnobarão todos os outros membros da classe média. Existe uma transição no momento, aumentando esse número e modificando sua qualidade. Costumes, ideologias e crenças, os mantém controlados em seus sonhos de aspirar a riqueza. São medianos até no sonhar. Apesar de possuírem conhecimento e técnica, travas ideológicas os mantém em seu nível trófico…rosnando baixo!


(3-) Aqueles que se fodem demais. A última classe é a mais numerosa, e é na verdade o rebanho para ser: abatido, controlado, persuadido! São controlados e detêm nome de raça (pedigree quem tem é a classe média), são conhecidos como proletariado, do sufixo “prole”, daquele tipo de animal que só se reproduz para sustentar os luxos da rainha do coletivo. São limitados desde o crescimento, são números em estatística, ora são vilões, ora são mocinhos. Vivem na margem da sociedade, mesmo eles sendo a maioria da mesma. São pasto dos decompositores, e o motivo de repulsa da classe média.


O marromenos certo seria uma equidade de controle entre classe média e classe elitista, com uma ascensão do “gado” para a classe seguinte. Diferenças sempre vão existir e é nessa base que se cria a sociedade com seus preconceitos e estereótipos. Deve-se quebrar a pirâmide e começar a trabalhar com trapézios sociais. Enquanto a “se foder”, é uma qualidade inerente a espécie semi-sapiente humana.


Nasceu?! Então prepare para se foder em sua existência. O que vai regular o nível de fodelância na vida será o tipo de berço que te aguarda quando for abortado nesse mundo. Uns nascem em berços feitos de madeira nobre, outros em manjedoura e outros em carrinho de bebê reciclado do lixão.

O valor de tudo foi esquecido ou renegado, pois hoje temos novos valores, novas funções (sem saber das primárias) .

Os hiatos entre os melhores momentos são preenchidas com pausas dramáticas. Sempre procuramos o melhor, as sensações, o prazer…mas o que é a vida sem prazer? E até onde fazemos tudo que pudemos para obter prazer? Parece que há um peso invisível sobre nós ( e não é a pressão atmosférica sobre nossos corpos ), existe uma pressão psicológica embutida em todo ser, desde seu aprendizado até o fim da vida.

Damos valor ao prazer, conforto, comodidade, mas porque? Apenas pela emissão de endorfina em nosso cérebro? Ativar as suas respectivas áreas de prazer e deleitar tudo que parece ser real?

Ouro vale mais que pão, petróleo vale mais que água, diamantes valem mais que sua casa. Os valores são dados a coisas raras ou extremamente belas para certas pessoas. O valor de sua vida para muitas pessoas não vale muito, desde que não saibam de sua existência, desde que não mendigue em sua porta…desde que não cruze olhares e te mostre como poderia ser você no lugar dele, por más escolhas, caminhos errados e com isso, ter a vida mudada.

Tudo muda. Tudo, menos os valores sociais. O carro mais caro, a casa na praia deserta, a pessoa mais bela. São esses os padrões. São esses o valores comercializados para proveito de alguns. Valores que primam a diferença, diferença que gera riqueza para pequenos grupos. Aparenta satisfação, aparenta alegria, aparenta por um momento, mas é um jogo de máscaras. Um jogo de cartas marcadas. Esse é o mundo, isso é a realidade, e essa realidade nunca pareceu tão pobre!

A miséria nunca me pareceu tão triste. Não pelo simples fato de ser o óbvio ( a derrocada de um membro da sociedade e sua incapacidade de recuperação ), mas também pelo fato de parecer impotente diante desse monstro que assola o tecido coletivo. Não me importar seria quase mágico. Não me importar faria minha existência ser mais tranquila, e talvez não procuraria tantas respostas…mas infelizmente me importo e me torno um refém da minha incapacidade de mudar algo em um espectro mais amplo.


O mundo anda quadrado. Absurdo ortodoxo, não se permite se expressar, extravasar, se reinventar!
O mundo anda engessada, sociedade estagnada e condicionada a tudo que vem recebendo de migalhas a migalhas. Vive do conceito da imagem, do que parece ser certo. Vive de lendas e contos de fadas que regem gerações e pensamentos.

O mundo sempre foi perdido. Não existe bussola, ou GPS para se encontrar em rota. Gira sempre no mesmo eixo, não espera chegar a lugar nenhum. Conservadorismo vem até dos exaltados futuristas. Vive-se em cubos ao redor do crânio. Caixas invisíveis que limitam o pensamento. Medo de morrer e muito de viver. Visão corrompida pelo agora e prazeres imediatos.

Mundo quadrado e sem ousadia. Num inspira revolução ou evolução. Parece um doente terminal no leito do hospital, sem esperança de melhora no aguardo da Dona Morte.
Ortodoxo extremista. Vivemos em segmentos pré-definidos, onde a locomoção entre camadas se torna um trabalho Herculaniano ou talvez até um trabalho de Sísifo, onde não se encontra o resultado esperado após tanto desempenho.

Espera-se justiça após a vida na terra; é por isso que rezam tanto… seria um estrago e tanto imaginar que não existe nada após esse mundo. Seria um baque enorme para uma grande porcentagem da humanidade, imaginar que além de toda essa limitação auto imposta e toda a injustiça que se submete passivamente, não exista nada a mais a frente!


Temos que amansar o espirito, trancar nossos demônios. Imagine o dia que a pólvora não sucumbira ao fogo. O salitre, enxofre e o carvão não mais se juntarão, como o crime se postará? Como os valentes irão bradar? Como a policia irá policiar?

Imagine o fantástico dia da marca zero, no qual a pólvora falhara depois de quase 2 mil anos. Balas não voarão, miolos não cairão ao chão!
Será a ascensão da granada e da micro-bomba atômica? Como iremos nos machucar, já que a preguiça não faz com que peguemos em espadas?! Imaginem o inimaginável, apenas como um delírio de uma noite de verão…

O dia que a pólvora não cortara a pele e destruirá ossos. Nobel se orgulharia! Sem chacinas eleitas por homens armados. O dia que a pólvora morreu não será reconhecido de imediato, mas será lembrado como um marco histórico, que comoverá gerações. 

Sem a explosão que estilhaça vidas, homens outrora muito ferozes e corajosos, se acuam sem saber como se comportar. A balança de poder se desestabiliza e o mundo conhece novos líderes.
Seria um estranho dia, um dia de sonhos, no qual a pólvora sempre estaria úmida.


A paixão não sabe esperar. O amor se perde pelos caminhos da pressa. Sobra só o esquecimento e nomes perdidos.
Os sorrisos não tem mais graça, a amizade não tem cor.

Parece que as metas continuam as mesmas, mesmo sendo outros os planos. A flecha disparada é quase impossível de ser interceptada, as palavras ao vento são guardadas aos sussurros.

Quero acreditar em byronismo, mas sobra apelas sequelas. O incomodo na pele não é dos mosquitos impertinentes, nem da tosse da terceira idade…o verdadeiro incomodo se esconde sobre a pele e sabe isso de cor.

Só quem há de suportar a dor para mensurar. Nada como um tiro depois de outro. Só quem há de suportar a dor para mensurar, para viver na sombra dos sábios ignorantes.

Existem poucos amores na vida. Amores de momento, o amor próprio, o amor de mãe e os amores que não sabem esperar, tropeçam no desespero e imediatismo e cores destonantes.

O amor de agora, no momento vale mais porque é feito desse momento. O amor dos desesperados que vivem para sempre como errantes.