Arquivo de março, 2011

O cavalheiro no cavalo branco não chegou. Hoje em dia ele usaria uma Harley Davidson, talvez. Mas ele não vem. Deve estar parado na fila de carros… Mas saiba que ele não vem!

As juras de amor são apenas para saborear a sua carne. Sentimento antropofágico do canalha. O sapo foi beijado e contaminou seu lábio com veneno. O último romântico foi morto com uma dose de cicuta, em um ato impensado de ignorância.

As preces não serão atendidas… Não da forma que espera. A armadura reluzente foi comprada a prestações, e o nome está sujo na praça. Seu príncipe está sem reinado, é bastardo e brigou com os pais. Não aceite propostas fantasiosas, pule com os pés descalços nos cravos, para sair do transe que o frescor da rosa lhe deixou. O céu é ensolarado, mas o arco-íris não é jura de amor. Não acredite nas promessas vazias, não durma no ponto.

Seu príncipe não vem, pois se perdeu em outro harém. O conto de fadas está quase no fim, e o lobo mal está comendo a vovozinha. Não espere fugir dos defeitos, não espere a perfeição, não espere. O mundo é mais que seus planos, a vida é mais real que seus sonhos. Planos traçados e objetivos em papel: Esqueça e se atenha aos planos “B”!

A idealização do parceiro te fará sofrer. A vontade de querer lhe fará sofrer. Quer mais do que pode conseguir, se mantêm fora dos limites humanos da compreensão dos erros. Lembre sempre que errar é humano e repetir o erro faz parte de um final “feliz”. Saiba que sempre há um fim, sempre.

O mundo gira e com ele suas adversidades. Novas opções e realidades, e tudo se modifica para formas estranhas, sons dissonantes. O ideal morreu faz algum tempo, fumaram suas cinzas. O verdadeiro perigo é acreditar que ele ainda existe. O verdadeiro momento de sofrimento foi esperando por algo inexistente e inalcançável.

A paixão foi espetada por um anjo cego e sem remorso de ter errado. Não se iluda com os olhares, não hesite em errar. Relaxe sobre o mundo, sem pressa, sem a pressão do que imagina ser o amor indo embora. Príncipes não existem mais, agora é tudo na base do parlamento ou falsos governos totalitários.

Seu grande amor mentiu. Sua cara metade se foi. Seu príncipe encantando na verdade é uma bruxa… Mas não se desespere. Aceite a derrota. Das cinzas há de sair uma fênix mais do que folclórica. Reaja e saberá que o verdadeiro doce vem quando se experimenta o que é mais amargo.

Não beije mais os sapos esperando se tornarem príncipes ou vai acabar ficando envenenada além de não ser muito higiênico. Não espere que a magia da fantasia resolva seus sonhos. Aceite o que tem de melhor para você, aceite os defeitos e não durma dentro desse sonho. Acorde, reaja e viva o momento como tem que ser. E aceite esses sapos como são, apenas anfíbios (escolha um que não seja venenoso, que seja limpinho e o ame da forma que ele o é!)


Intrépido

Publicado: março 15, 2011 em Uncategorized
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Forte e corajoso como o reflexo de um leão. Mas sua imagem esconde o cristal que é seu âmago.
Essa força que aparenta, é às vezes ilusória. Sua mente se torna vulnerável a todo tipo de pesadelo.
Forte e destemido, sua imagem não reflete os perigos que sente os medos que esconde!

Não há fuga de si, não há como se perder. Não há escapatória, e sua imagem é de um ser impávido.
Sua vida gira em torno de um sistema não linear.
Tudo contra sua vontade e sua força é apenas o que imagina ser o suficiente.

O coração bate, bate para não ter que apanhar! Se esquiva para não ser atingido.
Consome um mundo de informações, com medo de ser consumido no final.
Pensa nas dúvidas e perplexidades do cotidiano, se abate ao ataques furtivos.

O mundo dos sonhos bate a porta. Mas tem que acordar.
Os sonhos batem a sua porta, mas realidade quer bater em você!
Precisa pensar em si e não se perder.
Precisa estar forte apesar de tantas derrotas.

Precisa mais do que ontem, em acreditar no futuro.
Difícil está pensar sem ter que parar e os desestímulos que se abatem no ser, as portas que se abrem de forma estranha…
Todo o mundo parece esperar suas decisões.Os moldes pré-estabelecidos que regem todo o resto, é o que esperam que ele faça, é o que esperam que ele seja.

E você, que aparenta ser tão forte e tão dono de si e protetor daquilo que gosta, se encontra perdido nas virtudes que almeja, e no ideal que explana.
Vive perdido em um mundo fantasioso esperando se tornar real.
No final da estória, parece que o personagem não é tão heróico em seu perfil.
Seu foco parece disperso em sonhos, e seu ideal se torna mundano.


Ele é apenas humano, mais do que gostaria de ser, mas literal que da forma com que lhe ensinaram-no a ser.
Amanhã é sempre outro dia, mas não espere por ele em busca de decisões. Mantenha a calma, mas viva em todo o seu esplendor o dia em que suspira.
Nas contradições que nos encontramos e vivemos, temos que nos aceitar. Grande e infalível ser, você não existe como deveria de ser.


Caminhos separados, foi dado o ultimato. Confidenciado o que nunca deveria ser dito ou pensado.
Nosso mundo já não é o mesmo. Nossas rotas se modificaram.
Almas gêmeas declaradas se separam. De tão parecidos que são, um não suportou sua face espelhada. Novos rumos, esquecer o passado, mas as mágoas permanecem. Irmã da tristeza. Apenas sente pena.

Foi dada a noticia e um novo rumo deve se tomar. Cada palavra doía mais do que qualquer golpe. O sentido se perdeu, e toda a emoção fica a flor da pele. (não deveria de ser assim)

Nossos mundos nunca mais serão os mesmos, e nossos sonhos serão deixados para trás. Ainda a tanto para se viver, mas o que era a esperança de uma vida se tornam duas.
Não há o que lamentar além do mal que se abate. Não há mais o que pensar além da tristeza da noticia. O ultimo carinho não existiu. O último abraço foi esquecido (não deveria de ser assim)

Agora somos dois. Caminhos diferentes, momentos diferentes. Rotas alteradas para novos caminhos
(não deveria de ser assim). E o que resta são as memória que teimam em resistir ao tempo.
E mais uma história que se termina, e que fim esperávamos?
Mas então, a esperança bate a porta de forma inusitada. Enquanto houver coração, bate a vida no peito. Enquanto houver esperança há vida. Só mais um suspiro, uma palavra de aconchego, e nada mais.